quinta-feira, 30 de setembro de 2010

I wish...

Como vcs sabem, eu sou bem da viciada em seriados. Nada melhor pra passar o tempo, e eu tenho fé de que algum esteja me ensinando algo de útil.

Anyway o foco não é esse. Como estamos no mês especial "Nuvem negra", vamos continuar com mais um post de reclamações, porque eu mereço e porque eu quero.
Sim, porque por mais que eu ame as séries e que elas nao tem nenhum comprometimento com a realidade, tem umas coisas QUE EU SIMPLESMENTE NAO GUENTO (tá dando pra ver o especial "Nuvem negra" com o tanto de caps lock que eu to usando nos textos).

Por exemplo, eu queria...

- que meus dias tivessem 40 horas, iguais aos do Dexter:
Sim, porque ele vai trabalhar, faz análises, daí sai perseguir assassinos, preparar o matadouro, mata todo mundo, corta em pedacinhos, se limpa, pega o barco e desova o corpo no meio da corrente do Golfo, e ainda dá tempo de chegar em casa pro jantar, brincar com as crianças e namorar um pouco com a esposa. Ah, e antes ele passou pra tomar um drink com os colegas de trabalho. Em um só dia.

- ter um emprego igual ao do Dexter:
ele sai quando bem entender do trabalho, apenas carregando a maletinha e dizendo "vou fazer uma análise". E o chefe nunca pede satisfação, nem nada... Pra onde eu mando meu currículo?

- ser Serena Van der Woodsen, do Gossip Girl:
a garota é a pessoa mais pentelha e cínica do universo, e ainda sim todo mundo a glorifica e a inveja. É só ela chegar, que todo mundo já se apaixona e se interessa. E não digam que é carisma. Ela tá longe de ser uma Sophia Lauren.

- trabalhar de garçonete no Cheesecake Factory, do Big Bang Theory:
sim, porque a Penny é uma mera garçonete, mas consegue, com folga, pagar o aluguel dum puta apartamento, com uma sala enorme e um quarto, em Los Angeles, que não é lá o metro quadrado mais barato dos EUA.


E eu queria de verdade:

- ser amiga da Elka e da Joy, de Hot in Cleveland: vários comentários ácidos, como eu A-D-O-R-O.
- ouvir um "I'm Chuck Bass" no ouvido.
- ser amiga de todo mundo do Ugly Betty. Marc, Amanda, Christina e familia Suarez estarão sempre no meu coraçãozinho.

REATIVANDO

O blog estava abandonado faz séculos. Pois é, depois que deixei de ser uma hôtesse desocupada, peguei um desapego com a internet, tirando o Facebook amado, os sites de fofoca e da SNCF, que garante meu trem abençoado que me leva pra civilização de tempos em tempos.
Porém, algumas pessoas pediram pra eu voltar a atualizar aqui, SO HERE I AM, DARLINGS!

Como vcs sabem que eu adoro reclamar da vida, e agora não tenho mais (grazadeus) os clientes pentelhos da concessionária pra xingar, o post de hj vai pro novo hit da reclamação na minha vida: Brest.

Como já mencionado, eu mudei pra cá pra fazer o mestrado.
E tirando o curso em si, aquele feliz momento em que estou nas aulas, EU ODEIO TUDO NESSA CIDADE. Uns vao falar "Ah, mas era pq vc amava Paris, nao tem como...", outros vao falar "calma, é só esperar um pouco...". Mas aqui eu cito a musa Amy e digo: NO, NO, NO.
Apesar do amor eterno amor verdadeiro com a capital francesa, eu vim de coraçãozinho aberto pra Brest. Vim mesmo. Pronta pra me apaixonar por mais uma cidade francesa, que apresentava um grande potencial graças à existência de praia e do fato das pessoas sempre pararem quando vc pisa na faixa de pedestre.
Mas não dá. Vai fazer 3 semanas que estou morando aqui, e parece que já faz uma década.

Começa com a badalação na cidade. Ok, nao tava esperando uma super vida noturna como a de Paris, mas numa cidade onde o TRANSPORTE PUBLICO acaba as NOVE DA NOITE, pq nao tem mais ninguém na rua, é motivo pra suicidio.

Depois, vem a galera do mestrado. Todo mundo me falava "quando vc começar a estudar, vai ser fácil fazer amigos". MY ASS. A maioria já se conhecia de outros carnavais, e as pessoas simplesmente me ignoram. Pra arranjar grupo pros trabalhos, to indo na cara de pau me oferecer, e ainda sim, depois de arranjado, preciso correr atrás pq ninguém me avisa das reuniões pra fazer os trabalhos, num tempo onde a coisa mais facil é mandar um sms falando "reuniao, dia X, hora tal".

E ainda falando sobre pessoas, vem uma das minhas reclamações prediletas: a falta de senso fashion desses camponeses.
Veja bem, não é pq morei um ano e meio em Paris, que tô me achando a nova Chanel. Eu nem sequer acho que eu me visto bem. Mas veja bem de novo: eu TENTO.
Aqui o povo só usa calça jeans (maldito Levi), tênis e moleton. TODO DIA. Nada contra o conforto, mas oi, deixa eu apresentar uma coisa que se chama UM POUCO DE VAIDADE.
Esses dias cheguei na aula com salto baixo, meia-calça e vestido, e me senti péssima como o povo me olhava estranho. Me senti a própria Geisy Arruda made in France (ha ha ha).

Aí vc pensa "que se danem todos, vou passear sozinha". Não, vc não tem onde passear. A cidade foi altamente bombardeada durante as guerras, pq grande parte da Marinha se concentra aqui, então nao sobrou lá mta coisa interessante pra ver. E se vc pensou a mma coisa que eu "Oba, marinheiros!", eu repito a Amy e digo: NO, NO, NO. Só homem com cara de louco e tatuagem de ancora no melhor estilo presidiário.

Me falaram na universidade que essa região é a de maior índice de suicídio na França. E OLHA, te dizer que faz sentido. Não que eu esteja cogitando me matar. Gosto muito do meu corpinho renascentista e dessa vida que papai e mamae me deram. Só to dizendo que faz sentido.

Maaaas, como nem tudo na vida é ruim, tô aqui seguindo os conselhos de @marianalcantara e canalizando meu pensamento positivo "O SEGREDO" pra receber uma resposta de Nanterre (perto de Paris), dizendo que eu fui aceita lá. Aí eu mando os camponeses pastarem, ficarem no mundinho minusculo deles, e eu volto pra civilização.

E tenho dito.