segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Virando homi

Morar sozinha é um marco pra qualquer pessoa.

Quando vc é adolescente, o maior sonho é sair da casa dos pais e conquistar a tao falada LIBERDADE.
Depois que vc sai, vc vê que o a vie nao é tao rose assim.
Além das famigeradas contas, vc precisa forçosamente fazer aquelas coisas que vc nunca faz em casa. Afinal, as toalhas e lençois nao aparecem magicamente limpos no armario, a geladeira nao aparece magicamente cheia de iogurte e suco, e com o passar dos dias, vc vê percebe a necessidade de uma faxina.

Voilà uns 9 anos desde que sai da casa dos meus pais na minha saudosa sao josé dos campos (e acho que, por lei, todos poderiamos chamar "casa dos pais" de "hotel cinco estrelas"). E foi durante esses nada saudosos anos de morar em sumpaulo-capital que passei pela experiencia mais traumatica que uma mulher pode passar: matar uma barata.
Achei um representante dessa espécie de seres mais malignos que Darth Vader no box do banheiro, e com toda a dignidade fiz o que toda mulher faria: gritei.
Mas na época apesar de dividir o apartamento com um homem, meu irmão é daqueles vegetarianos xiitas, logo matar uma barata fugia às regras dele.
E todo mundo sabe que tormento maior que matar um barata é saber que ela continua viva e que pode subir em você, entao reuni toda a classe que existe na minha pessoa e corri atras da safada com a havaiana na mao.
Ganhei o combate, e a partir daquele dia, eu fui uma nova pessoa.

E eis que mesmo 9 anos depois, a vida continua me impondo duras provas.
Faz umas 3 semanas que moro sozinha num cubiculo em Brest, daqueles studios em que a cozinha quarto e sala é no mesmo comodo, so separado do banheiro. é minusculo, mas confesso estar felizona de finalmente ter meu "chez moi", depois de quase dois anos morando em colocaçao por essa França.
No teto, existe um "lustre" com três lampadas, cada uma iluminando um terço do cubiculo, e no sabado duas delas queimaram, me deixando praticamente na penumbra.

Minha primeira idéia era ligar pro boyfriend, afinal I don't do electricity.
Mas e a vergonha de ter que pedir ajuda pra trocar uma lampada? (insira sua piada sobre "quantas loiras sao necessarias pra tocar uma lampada" aqui: ________)

Entao, la fui eu toda destemida comprar novas lampadas. E la voltei eu pra casa buscar uma lampada queimada pra servir de exemplo, pq o supermercado tinha noventa modelos de lampadas diferentes.
Lampadas compradas, o desafio seguinte era troca-la. Logico que eu desliguei a força do cubiculo, pq se tem algo que me aterroriza na vida, é levar choque.
O desafio seguinte eram meus 1,60 m de altura (e de pura gostosura), que, mesmo em cima da cadeira, me impediam de colocar a lampada: problema que eu nao tive para tirar as queimadas, sabe-se la porque.
Arrastei e subi em cima da mesa com todo o meu glamour, e coloquei as lampadas novas.

E qual nao foi a minha alegria quando liguei a força e as bichinhas acenderam?
Uma tremenda besteira para alguns, mas sai de todo esse processo sentindo que eu posso conquistar o mundoooooooooo.

http://www.designbuzz.it/wp-content/uploads/2007/06/lampada-luxit-2-web.jpg

E fez-se a LUZ!...

p.s.= ainda bem que os chuveiros na França sao a gas, e nao precisa trocar resistência. tai outra experiência que eu nao quero passar nunca mais na vida.

2 comentários:

  1. hahaha
    e pensar que matei a barata em Santorini (ou foi a Nele) e ela nao morreu e ainda foi comida viva pelas formigas, lembra? uhahuauha

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  2. pela milésima vez, quem matou a barata fui EU hahahahaha nao venha roubar os créditos da minha coragem!! hahahaha

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